Independente do grau de amizade, ninguém gosta de receber a
notícia de que algum conhecido seu, morreu. Por menor que tenha sido a
convivência com a pessoa, há sempre algo a ser lembrado, um fato guardado na memória
ou a proximidade com alguém da família. E mesmo que não haja nada disso, a morte, por si só, se torna motivo suficiente para nos entristecer.
No último fim de semana, vivi uma experiência assim. Em
poucos dias, descobri que uma querida amiga, dos longínquos tempos da
adolescência, estava internada e, logo depois, que havia falecido. Não tínhamos
qualquer amizade nos dias atuais e nem lembro qual foi a última vez que
havíamos nos encontrado em um dos corredores do supermercado mais frequentado
do bairro, mas, ainda assim, foi impossível não lamentar sua partida.
Ela já era mãe de três filhos quando deu entrada no hospital
para dar à luz à mais duas, gêmeas. As meninas nasceram lindas e saudáveis, mas
a mãe não resistiu. Nessas horas, a primeira coisa que a gente pensa é na dor
de quem fica: marido, pais, irmã. É óbvio que eu também tive esse mesmo pensamento,
mas fui além. Me perguntei se ela tinha sonhos, objetivos, metas. Pensei em
quantos projetos seus estariam em andamento, ainda que só em sua cabeça e se
ela teve a oportunidade de dizer tudo o que tinha vontade aos seus.
Em minhas lembranças ela ainda tem o cabelo loiro – que já
não usava há muito tempo; namora aquele menino que joga futebol – que já é seu
esposo, e dança no ‘Ilha Porchat na TV’ – programa da TV local exibido na
década de 90. Ela ainda é a Loirão, irmã da Luíza, que mora ali no final da rua.
Como pode alguém partir assim do nada? Eu sei, essa é uma daquelas perguntas
das quais, provavelmente, jamais saberemos a resposta.
Na noite de sábado, ela partiu, mas podia ter sido eu, você.
A gente, simplesmente, não sabe. Agora estamos aqui e, daqui a pouco, podemos
não estar, por isso não desperdice seu tempo. Viva.
Diga às pessoas à sua volta o quanto elas são importantes
para você, ame o máximo que puder, em quantidade e intensidade; não deixe seus
projetos engavetados, lute para realizar seus sonhos, perdoe a si mesmo e aos
outros. Essa não é nenhuma fórmula da satisfação pessoal, mas, vai por mim, o
que tiver que ser feito, faça agora. E, ao fechar das cortinas, tenha a certeza
de que fez tudo que estava ao seu alcance para ser feliz. Já que, no final das
contas, é o que realmente importa, não é mesmo?
‘Não deixe nada pra depois, não deixe o tempo passar
Não deixe nada pra semana que vem, porque semana que vem pode nem chegar’ (Pitty)
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Não deixe nada pra semana que vem, porque semana que vem pode nem chegar’ (Pitty)
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Descanse em paz, Carol! <3
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