" No jogo em Contagem teve uma manifestação da torcida gritando 'bicha', 'gay', todas essas coisas. Já tinha acontecido casos isolados de algumas pessoas gritarem pelo clima do jogo", falou. "Mas nem escuto, deixo passar porque é ignorância. Mas foi um coro, senhoras, crianças e mulheres gritando, já num clima preconceituoso mesmo. Hoje resolvi falar para que isso não aconteça mais, não só comigo... " - desabafou Michel.
E uma semana depois, no jogo de volta, na casa do Vôlei Futuro, os companheiros de time vestiam camisetas cor-de-rosa, em apoio a Michel. E uma bandeira contra o preconceito era agitada por sua torcida.
Ontem, o Cruzeiro que vencia por 2 sets a 0, perdeu por 3 sets a 2. Wallace se desculpou pela má atuação depois do ocorrido, mas admite que se desconcentrou.
Não sei qual será o desfecho desse caso, que pode parar no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e o Minas Tênis Clube já manifestaram total repúdio ao ocorrido. E nós, amantes do esporte, esperamos ansiosamente pelo dia em que o respeito estará acima de qualquer rivalidade.
" Falaram 'macaco', 'volta pro zoológico'. O pior foi ter vindo de uma mulher, era o que eu menos esperava. Se fosse um homem, beleza, dava para chegar de frente, bater. Agora, uma mulher... Vai fazer o quê? Isso é coisa de quem não tem respeito por si próprio. É frustrante isso, não dá para aceitar. Isso é gente que não tem família. "
Wallace, oposto do time de vôlei do Cruzeiro.